sexta-feira, 1 de junho de 2012

Concerto na Quinta Loureiro


A formação nasceu há dez anos para dar o lugar que o clarinete merece. São músicos e têm paixão por um instrumento que entendem ser desvalorizado pela maioria das pessoas. Por isso, decidiram criar um projecto aberto a todos os músicos para que se possa criar boa música, daquela que se ouve pelo coração… só com clarinetes.
Têm uma paixão em comum. O clarinete. Por ele, decidiram juntar-se. Há dez anos que os Clarinetíssimo Ensemble dão cartas nos palcos da música. O projecto é pioneiro em Portugal e tem como objectivo promover o ensino e o gosto pelo clarinete, um instrumento muito comum em Portugal, mas, tantas vezes, relegado para segundo plano. Os Clarinetíssimo Ensemble mostram, há uma década, que assim não é. No projecto podem integrar músicos de todas as idades, com ou sem formação.
“Este é um projecto pioneiro e único em Portugal” - aponta Hélder Tavares, director do projecto. A formação está sempre de portas abertas a outros músicos e Hélder Tavares lembra que não é necessário serem profissionais ou licenciados em música, ainda que seja feita uma selecção. “Só é preciso gostar de clarinete” – destaca. “E mostrar que os clarinetes não são apenas os violinos de uma banda” – acrescenta Filipe Pereira, outro dos músicos fundadores.
Os “Clarinetíssimo” podem, por isso, juntar, em concerto, várias dezenas de músicos e, se o número é variável, a vontade de fazer música diferente e de qualidade não é. “Gostamos, essencialmente, de fazer boa música e de nos divertir. É isso que nos distingue”. E isso, segundo os músicos, é perceptível pelo público. Por isso, os seus concertos são todos especiais. “Na Cidade de Zamora, onde actuamos regularmente, as pessoas já nos reconhecem na rua e não arredam pé dos nossos concertos” – refere Hélder Tavares.
O grupo não tem sede própria e, por agora, estão em Santa Maria de Lamas. Ensaiam na sede da Tuna Esperança e prevêem realizar, em breve, um concerto na freguesia. Em Junho, no dia 20, celebram o seu 10º aniversário e, nessa altura, assinalarão a efeméride com mais um concerto. Será o “best-off” de dez anos de trabalho.
O seu repertório é o mais variado possível. Nele integram todos os géneros de música. “É um trabalho árduo, mas o resultado vale bem a pena”. Assim sendo, dos clarinetes saem combinações de notas, do mais erudito até ao mais ligeiro. “A ideia é mostrar aos jovens o potencial do clarinete e levá-los a interessarem-se pelo instrumento”. O objectivo, segundo Filipe Pereira, tem sido conseguido. “A Feira é o concelho do país com mais licenciados em clarinete”. A conquista chegou também ao público. “As pessoas ficam espantadas com os nossos concertos”. E qual o segredo? “Mostramos que a música se ouve pelo coração”. Os seus concertos são sempre “únicos”.
“Cada concerto é um mistério, nunca um é igual a outro. Tem de haver espontaneidade e momento de criação” – explica Hélder Tavares.
Olhando à sua volta, Filipe Pereira e Hélder Tavares estão certos de que a Feira é um concelho de músicos, mas falta dar à música o lugar que merece. “A Feira não precisa de ter tradição em música, deveria ter obrigação de fazer muito mais pela música clássica”.